BLUES É MAIS DO QUE UMA SIMPLES MÚSICA, É A ESSÊNCIA DE UM POVO SOFRIDO, MARCADO PELAS DESIGUALDADES SOCIAIS, MAS ACIMA DE TUDO ELE É UMA ARMA QUE ATINGE A NOSSA ALMA, LEVANDO OS NOSSOS PENSAMENTOS AOS VASTOS CAMPOS DE ALGODÃO, E NOS FAZEM LEMBRAR DE ONDE VIEMOS.
MAS NESSE BLOG AS AMARGURAS OS SOFRIMENTOS CANTADOS NAS LETRAS SÃO ALIVIADOS E CARREGADOS POR UM HOMEM QUE VIVEU A MAIS DE DOIS MIL ANOS ATRÁS E COMO UM BLUES MEN CANTOU A VIDA, E DEU A VIDA EM NOSSO FAVOR E HOJE NOS DÁ A ESPERANÇA DE VIVERMOS UMA NOVA VIDA SEM SOFRIMENTOS PARA CANTAR.
Há 22 anos este Pastor tem levado as linhas do blues de volta a sua essência mostrando que este ritmo é muito mais do que lamentos e sim música que trás vida.
Através de letras inspiradas pelo Espirito Santo ele tem levado a mensagem do evangelho por todo lugar.
Apesar de sua técnica, assim como os grandes nomes do blues, Larry não teve um estudo formal do instrumento. Os seus primeiros acordes saíram quando ele tinha cerca de 5 ou 6 anos de idade e desde então tem passado por um processo de evolução. O fato de tocar guitarra na igreja quando adolescente desenvolveu a capacidade de Larry para ser mais do que um guitarrista comum.
Infelizmente, aos 18, ele levou sua habilidade para os clubes noturnos e tocou lá por dez anos, onde foi seduzido seus sonhos e sua carreira declinou pelo uso de drogas, álcool e um estilo de vida pecaminoso. Em 1988, após 10 anos longe de Deus, Larry deu seu coração e sua habilidade de volta a Deus.
Depois de sua volta, Larry começou há dedicar seu tempo seu talento e sua vida para Deus. Em 1989, ele passou quatro anos viajando com o McGruders (banda Gospel do Sul dos EUA). Ao longo dos últimos anos, as habilidades de composição de Larry tem se desenvolvido, é ele que escreve todas as suas musicas.
Larry tem uma lista de suas canções gravadas por outros artistas, atualmente viaja em tempo integral como conferencista, ministrando e fazendo apresentações.
Em uma média de 100 igrejas por ano. Quando ele está em casa, ele desfruta da companhia de sua esposa, Debra, e filha, Courtney. Sua filha mais velha, Dominique é casada.
Larry e família residem em Doniphan MO.
O blues assim como todo ritmo, estilo foi criado por Deus e para Deus.Se o homem tem algum dom esse dom veio de Deus, então nada mais certo do que usa-lo para sua glória...
Hoje falaremos com o cara que sem sombra de duvidas é considerado o melhor guitarrista de blues em atividade no Brasil e um dos melhores do mundo; deveríamos apresenta-lo como um rei ou alguém da corte... mas diante de tão grande simplicidade e humildade o apresentaremos apenas como:
NUNO MINDELIS
God n'B – Com quantos anos vc começou a tocar guitarra? E quem te ensinou os primeiros acordes?
Nuno - Ganhei um violão de verdade aos nove anos de idade e nunca mais parei. Antes dos nove tocava em tudo o que conseguia, fazia violões com latas, madeira, cordas de linha de pesca, caixinhas de charuto, raquetes de tenis etc. Quem me ensinou os primeiros acordes foi um amigo do meu pai , que aparecia em casa de vez em quando. Ele me ensinou "The House of the Rising Sun" . E a partir daí comecei a usá-los em outras músicas, percebi que serviam para várias coisas.
God n'B - Quando e como foi sua primeira gravação?
Nuno -A primeira gravação profissional aconteceu aos 14 anos de idade, em 1971. Foi num estúdio em Luanda, uma produção para a Polygram (se bem me lembro) o produtor queria fazer uma experiência de fusão de música africana e guitarra tipo Jimi Hendrix, psicodelia etc. Mandou me chamar na escola, através do filho , que estudava lá também. Recebi um cachê que me deixou a mim e aos meus coleguinhas muito orgulhosos. Com ele, consertei uma motoca que eu costumava usar, uma Maxi-Puch, tipo uma mobilete. Tinhamos deixado de usar calções há pouco, de tão crianças.
God n'B – Sabemos que nasceu na áfrica e até que ponto a musica africana influenciou seu estilo ou não teve nenhuma influencia?
Nuno -Alguma influência inconsciente deve ter havido, acho muito difícil não sofrê-la naquele contexto. Especialmente no que diz respeito ao ritmo. Mas, como disse, provavelmente inconsciente, subliminar, porque desde cedo eu só dava bola para rock, blues, soul, folk, Jazz.
God n'B - Você; creio eu foi o primeiro bluesman do Brasil que adicionou elementos eletrônicos no blues como samplers, baterias etc... quando você propôs isto o que estava em mente: inventar um novo estilo, atrair outros tipos de pessoas ao estilo enfim o que vc pensou ao fazer essa fusão do eletrônico com o tradicional?
Nuno - Caso tivesse algo em mente, (geralmente ajo por impulso ou sobrevivência psicológica, não tenho nada em mente) era reciclar-me a mim mesmo, toco blues há quarenta anos e ele não mudou desde então. Continua com aquela sonoridade sessentista, setentista. No passado, malucos como Eric Clapton, John Mayall, Rolling Stones, Hendrix , Zeppelin e outros já tinham injetado um monte de eletricidade , rock and roll e psicodelia no blues tradicional do Delta, e isso levou um monte de gerações a conhecê-lo , a conhecer caras como Elmore James, Robert Johnson, Muddy, Howling Wolf etc.. Stevie Ray Vaughan fez o mesmo nos anos 90 , "acordando" o blues que andava hibernando. Ele usou uma mistura de rock com Albert King, Lonnie Mack e Hendrix. Hoje, acredito que a injeção deve ser de eletrônica e elementos musicais mais contemporâneos, como rap, lounge, house, etc. Só assim as novas gerações se interessarão pelo blues e só isso pode voltar a fazê-lo popular, como foi no passado. Senão será mais um artigo precioso mas raro, em prateleiras de museu. Como já parece ser o caso do Jazz tradicional, que já nem toca em festivais ...de Jazz.
God n'B - Que repercussão causou na critica e entre os fãs mais antigos esse novo cd Free Blues houve uma boa aceitação dessa fusão blues e eletrônica?
Nuno -Recebo muitos inputs de fans tradicionalistas que confessaram ter torcido o nariz no começo , mas depois prestaram mais atenção e acabaram por compreender e gostar bastante dessas experiências. Agora mesmo um purista elogiou Free Blues e disse algo interessante: "minhas últimas gotas de preconceito foram para esse CD" . A crítica gostou, todas as resenhas foram positivas . Mas as maiores reações têm sido nos shows de Free Blues. Tanto "modernos" quanto puristas têm expressado reações muito positivas (eufóricas mesmo) , vários pedidos de bis etc. Na Inglaterra (que é tradicionalista no blues) Free Blues está tocando em várias rádios segmentadas e tem resenhas em veículos importantes, como no Lancashire Telegraph, na Blues Matters etc.
God n'B - Em sua opinião qual foi o melhor cd que você gravou? Aquele que é o seu “xodó” o queridinho do papai? E qual musica você gosta mais de tocar?
Nuno -Nenhum é muito xodó, sou muito crítico comigo mesmo. Sei claramente o que poderia ter sido melhor, agora, em perspectiva. Mas acredito que seja o "Texas Bound", gravado com a Double Trouble. De repente eu estava tocando na Europa e EUA, nas prateleiras mais vendidos de blues na Holanda, Bélgica , Luxemburgo, ao lado de Robert Cray, B.B.King e outros. Foi um frisson, especialmente na Europa, bandas como The Ford Blues Band (família Ford, Robben, Mark, Patrick) abrindo shows meus na França, imprensa francesa escrevendo "Ronaldinho / Romário da guitarra" , coisas assim. Houve algo de mágico naquele disco, que de fato foi gravado sem script nenhum, à pressa, cheio de defeitos de produção, (pela rapidez com que foi gravado, em três dias estava gravado e mixado) mas ao mesmo tempo (e talvez por isso mesmo) tão especial em termos de sonoridade e parceria musical, invenção , enfim. A música que mais gosto de tocar não é minha, nunca a gravei, e só toquei uma vez em show ou num programa de TV, é It's all over now, Baby Blue de Bob Dylan. De discos meus, atualmente é Feeling Alright, de Dave Mason (Traffic) que está no álbum Free Blues.
God n'B – Como foi conceber a idéia de ser considerado um dos maiores guitarristas do mundo e estar ao lado de outros guitarristas que você admirava quando criança... foi um susto, ou foi tranqüilo algo natural?
Nuno -As coisas nunca acontecem como num conto de fadas (ou num filme americano) . Há um caminho longo de eventuais vitórias menores, entre um começo e uma conquista. Quando você conquista algo que os outros vêm como maior, já não te parece tão primordial, em função dessa estrada de pequenas vitórias. Quero dizer que não consigo ter a mesma sensação que muitos outros têm de que é tão grande eu ter sido considerado um dos maiores guitarristas (independentes) do mundo por uma Bíblia mundial da guitarra , como a Guitar Player Magazine. Quando isso aconteceu, eu já não achava tão diferencial. Dito isto, pode-se dizer que foi algo realmente muito tranquilo e talvez até menos valorizado por mim próprio do que deveria. Eu não tenho lucidez suficiente para avaliar essa vitória como gostaria.
God n'B – Muitos consideram você o Eric Clapton brasileiro, mas eu ti considero o SRV brasileiro com uma pitada de BB King... Como o blues não teve influencia genuína brasileira as pessoas assim como eu tende a fazer comparações. Como você lida com essas comparações?
Nuno -A comparação só me faz mal quando deprecia. Não quando aprecia. Ser comparado a alguém que começou a tocar anteontem (para ficar famoso e não pela arte, como tem sido reiteradamente comum infelizmente) por uma crítica ou um público que não sabem o que dizem, é depreciação e realmente me machuca. E acontece muito mais do que se imagina. Ser comparado com SRV com uma pitada de B.B.King , apesar de não estar correto, é algo que me aprecia, me valoriza. E entendo que não está correto por causa da parte que compara a SRV, do qual não tive influência nenhuma, na verdade ouvimos as mesmas coisas, somos quase da mesma idade, e ninguém é influenciado depois de uma certa idade, só ouvi SRV quando já beirava os quarenta anos, creio. Mas está correto no que toca a B.B.King, que ouvi aos nove anos de idade, e que foi uma influência central, decisiva, contundente. (SRV deveria ter 14 ou 15 nessa altura, portanto nem existia fonograficamente)
God n'B – Por falar no Stevie Ray em 96 você gravou o álbum Texas Bound com o Double and Trouble a banda que acompanhou SRV como foi essa experiência?
Nuno -Foi uma experiência muito gratificante, gravamos o disco Texas Bound em menos de três dias, (1 dia e meio de gravação e outro tanto de mixagem). Depois gravamos outro álbum, Blues on the Outside , um pouquinho mais de tempo, uma semana.(dois dias de banda e restante para mix e overdubs, backing vocals, metais etc.) . Durante esses períodos sempre demos bastante risada, ouvi grandes histórias, almoçamos e jantamos seguido etc.. Eu já era fan de Tommy Shannon de muito antes de SRV e de Double Trouble, da época que ele tocou com Johnny Winter e com Uncle John Turner. (inclusive em Woodstock) . Eu tinha uns 14 anos, 1971 a 73 por aí. Aliás, o Uncle John que eu idolatrava de pequenininho virou um enorme amigo, fiquei muito mal com a sua morte há uns dois ou três anos atrás. Com todos eles fiz turnês, com Double Trouble aqui no Brasil inclusive, extensa, que incluiu encerramento no Credicard Hall. Com Uncle John na Europa , EUA e Brasil. Aprendi mais com ele em alguns anos durante essas turnês do que em 30 anos com outras pessoas. O Chris e o Tommy quiseram produzir um disco meu , insistiram várias vezes. E eu acabei deixando passar. Não me arrependo de nada, mas essa está começando a chegar perto...os convidados poderiam ser do quilate de Dr.John, Doyle Bramhall Jr , e coisas do tipo.
God n'B - Qual tipo de relação você tem com Stevie Ray e até que ponto a musica dele influenciou vc?
Nuno -Na real nunca conheci o Stevie pessoalmente. Ele já tinha morrido, quando gravei com a Double Trouble. Do ponto de vista musical, como disse, não tenho influência direta. A indireta fica por conta do que nós dois ouviamos, praticamente ao mesmo tempo, quando crianças. Freddy King, B.B.King, Albert King, Lonnie Mack, por exemplo. Isso deixa as coisas parecidas, eventualmente. Stevie influenciou as gerações dos 90s, não as anteriores . Eu comecei a ouvir blues nos anos sessenta, trinta anos antes, e quase de fralda. As minhas influências foram Hendrix, (ouvi aos 12) Santana, Elmore James, Skip James, (idem) Otis Redding e Booker T & The Mgs (ouvi aos nove), B.B.King, Big Bill Broonzy, (ouvi aos 10) Canned Heat, John Lee Hooker e bandas de rock inglês, de Zeppelin a Fletwood Mack, Ten Years After, Jeff Beck, Bluesbrakers (aos 14 e 15 ) etc. etc.etc. Aos 17 já ouvia muito jazz também (e fusion, John "Mahavishnu" Mclaughlin, Return to Forever, Miles Davis) e nessa idade fui exilado, deixei de ouvir durante um período muito complicado da minha vida. Depois disso só fui influenciado por George Benson aos 19 anos, e mais um guitarrista ou outro, Wes Montgomery, Jim Hall. Fim de influência na guitarra. Pelo menos direta, consciente.
God n'B - Quais são suas maiores influencias no blues? E na musica brasileira?
Nuno -B.B.King, Albert King, Bluesbreakers, Canned Heat, Willie Dixon, Skip James, Jimmy Reed, Otis Span, Howling Wolf, John Lee Hooker, Jimi Hendrix, Booker T. & The Mgs e muitos outros, impossível citar todos com precisão. Na música brasileira Roberto e Erasmo Carlos, (ouvi na mesma época que ouvia B.B.King quando criança) , Jorge Ben, (ídem) Chico, Novos Baianos etc.
God n'B - Quais equipamentos você tem usado ultimamente?
Nuno -O meu amplificador de sempre (desde criança) é o Fender Twin Reverb (blackface). Guitarra, tenho usado em shows uma Gibson SG 1972 (ainda da fábrica original de Kalamazoo) . Às vezes levo uma Fender 1958 original ou uma Shecter Telecaster que ganhei da Guitar Player Magazine/EUA. Além disso , um Wah Wah velhinho, da Dunlop, chamado Jimi Hendrix.
God n'B - É patrocinado por alguma marca?
Nuno -Por um tempo fui endorser da Gibson, (faz tempo) e depois da Fender/EUA, através da representante no Brasil. Acho que fiquei muito viciado na Gibson SG e eles desistiram de mim ... rs rs rs... Mas de fato o endorsement se referia a cordas , não a guitarra e eu usava Fender em parte do show , sempre. Conforme a maioria dos contratos preconiza.
God n'B - Você já esteve ao lado dos grandes mestres do blues BB King, Robert Cray, o próprio Double and Trouble, tem algum que você sonha em tocar junto e ainda não realizou esse sonho?
Nuno -Eu sonho em tocar com o B.B King (repare que nunca toquei com ele, embora tenha tocado em vários festivais onde ele também tocava, e tenha aberto show dele em SP) e com o Eric Clapton. Praticamente só tenho sonhos com eles. Com o B.B vai ficando mais difícil, ele está com 82 ou 83 anos e começa a não andar por aí muito disponível. De qualquer forma também já não alimento tantos sonhos como antes, quando era bem mais jovem. Me sinto bem como as coisas estão.
God n'B – Com tantos modismos na musica; com essas bandas coloridas e etc... Como você analisa o mercado do blues no Brasil?
Nuno -Pode-se dizer que é um mercado guerreiro e tanto. Continua sobrevivendo apesar de estar abaixo do underground. Se repararmos, os chamados independentes têm associações, conseguem representantes no congresso para as suas causas, pegam dinheiro em Lei Rouanet, etc. O blues nem isso. Depois, não é "música da terra" , tem a antipatia de um monte de setores, promotores, etc. É um fenômeno muito mais de músico e de platéia do que de indústria, de mercado ou de mídia.
God n'B - Nós já demos grandes passos em relação ao blues no Brasil, mas ainda analiso que não chegamos lá. Ainda existe pouco espaço principalmente na mídia televisiva ainda é um estilo muito restrito a grandes centros como o capital falo isso porque na minha cidade e arredores é raro ter um show de blues ou um festival que vá pra frente. O que você acha que esta faltando para que o povo possa assimilar de vez este estilo no Brasil?
Nuno -Basicamente falta divulgação. O público gosta de blues invariavelmente , quando lhe é dado conhecer o gênero. O problema é que essa informação não chega a ele. Ele não tem como gostar de algo que não conhece. Ainda estamos num tempo em que só é considerado música o que está na mídia nacional, de massa. O Brasil é sertanejo, se fizermos algumas contas simples, isso fica claríssimo.
God n'B – Que dica você da para aquelas bandas que estão começando a trilhar a caminhada do blues no Brasil?
Nuno -Você não vai gostar, mas eu diria para trilharem o caminho lá fora, com prioridade para os EUA. Enquanto são jovens.
God n'B - Para encerrar se hj você estivesse frente a frente com Deus o que falaria com Ele?
Nuno -Pediria vida eterna para todos os seres do Universo. Sei que já é alegada e tida como certa pela maioria das religiões, mas aproveitaria para ouvir essa promessa dele próprio.
God n'B – Deixo esse espaço para agenda de shows. Obrigado pelo espaço.
Nuno -Curitiba, no SESC da Esquina, no dia 18 de novembro e
São Paulo, no Ao Vivo Music, no dia 02 de dezembro.
Os outros ainda estão em fase de negociação.
obrigado pela atenção...
Eu agradeço, uma vez mais, pela oportunidade desta entrevista . Nuno Mindelis.
Em meados dos anos 80 em meio a um turbilhão de acontecimentos a musica sofrendo uma grande revolução em meio a sintetizadores com bandas como Pet Shop Boys entre outras que eram rotuladas como as bandas da moda, no Brasil o Rock n' Rio fazendo a galera vibrar, enfim... em meio a tudo isso, em algum lugar do Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro; alguns garotos se uniram pra fazer algo diferente de tudo o que estava na "moda", indo na contra-mão das digitalizações, eles se armaram com instrumentos "vintages" e acústicos, com o som da bateria o mais natural possível e fizeram algo inesperado e raro para a época no país do samba.
Esta banda revolucionou e transformou um ritmo nativo americano colocando nele um tempero bem brasileiro... Aquela banda que apenas queria fazer algo diferente anos mais tarde, veio a ser aclamada a banda de blues mais tocada do Brasil e uma das melhores bandas de blues do mundo, ja tocaram e abriram shows de BBKing, Buddy Guy, Robert Cry, Ike Turner, Magic Slim, entre outros monstros sagrados do blues internacional e nacional.
Eles influenciaram uma geração inteira de "blueseiros" (incluindo eu)... quem nunca sonhou em fazer um dueto com o Flavio, ou improvisar com o Greg, ou solar como o Otavio e ter a consistência e precisão de Cláudio e Pedro em uma cozinha afinada, para você que curti música e blueseiros de plantão é com muita honra que o God n' Blues entrevista:
BLUES ETÍLICOS
entrevista.
concedida por Otavio Rocha ao God n' Blues.
História e Influencias
God n' Blues– Quando surgiu a banda e como vocês se conheceram?
Blues Etílicos- Surgiu em 87, Flavio e cláudio são amigos de antes da banda....eu conheci eles através do carlitos patroni, que é um musico e conhecedor de blues aqui do Rio. O Greg, veio indicado por outro americano que tocou antes com a gente. N a época, o batera era o Gil Eduardo, filho do Erasmos Carlos, que hj em dia toca com o Big Gilson.
God n' Blues– No meio de tanta informação musical nos anos 80 de tantas mudanças na música brasileira o Rock n Rio e outros movimentos porque vocês optaram pelo blues?
Blues Etílicos-Sempre foi o que quisemos tocar...nao dávamos a mínima para o rock brasileiro....a sensação de fazer algo que ninguém fazia era muito boa também.
Eu sempre quis tocar blues desde moleque.....claro que ouvíamos muito rock inglês e americano, como todo garoto de classe media nos anos 70 e 80.
God n' Blues– Foi difícil achar pessoas que apoiasse a banda no inicio?
Blues Etílicos-Não, foi até fácil...conseguimos apoio da Satisfaction discos, que existe ate hoje...eles bancaram nosso primeiro LP independente, “Blues Etílicos”.
God n' Blues– Quando e como foi a primeira gravação profissional da banda?
Blues Etílicos-Foi em 87, antes da fravação deste LP, fizemos uma demo, com o Kadu Menezes (Kid Abelha) na bateria. Essa foi a nossa primeira gravação com qualidade, num estúdio.
Meses depois, no mesmo estúdio, gravamos o LP, já com o Gil na bateria.
Foi muito emocionante, eu era totalmente verde, fiquei com medo mas bastante excitado em ouvir a banda de uma forma profissional.
Naquela época não havia pro tools, então gravamos ao vivo....bem mais difícil, mas obriga o musico a saber tocar.
God n' Blues – Em comemoração aos 20 anos de carreira vocês fizeram um tributo a Muddy Waters; O que ele representa para a banda Blues Etílicos?
Blues Etílicos-Ele foi o nosso ponto em comum no inicio...todos nos gostávamos do som dele...era um dos poucos que todos os 5 curtiam....alem disso a formação dele era uma gaita 2 guitarras voz e baixo, igual a nossa.
God n' Blues – Agora uma pergunta individual: qual músico que mais te influenciou no blues?
Blues Etílicos-Greg Wilson – Adora Greg Almann e os country blues do Mississipi.
Flávio Guimarães– Litlle Walter, Big Walter, Kim Wilson e muitos os outros gaitistas das antigas.
Otávio Rocha – Johnny Winter e Rory Galagher, Mick Taylor, Clapton (no Slide) Muddy Waters Albert King e Jimmy Vaughan (sem slide)
Claudio Bedran – John entwistle, Bill wyman e o baixista do Muddy, que esqueci o nome...hehe
Pedro Strasser - o Pedrão foi influenciado por todos os músicos do planeta!!
Equipamentos
God n' Blues – Quais instrumentos e equipamentos a banda usa e se são patrocinados por alguma marca?
Blues Etílicos-Greg Wilson– fender Strato 1963...ta com ele desde o inicio da banda.
Flávio Guimarães– Amp Serrano, gaitas Honner
Otávio Rocha– Telecaster feita pelo Rodrigo Cotia, um luthier aqui do Rio, uma Gibson SG 97 e uma Daisy Rock, uma guitarra feita para crianças que gosto muito.
Claudio Bedran – Baixo fender precision de 4 cordas.
Pedro Strasser - Batera Yamaha.
Assuntos Diversos
God n' Blues– Vocês têm 10 discos gravados na carreira e são de excelente qualidade, mas existe um em especial que marcou a banda?
Blues Etílicos-Sim, o disco Água Mineral, que foi nosso primeiro LP pela Eldorado, que nos lançou no mercado nacional e teve criticas super positivas. E vendeu mais de 30.000 copias.
God n' Blues – Depois de 25 anos de carreira como vocês analisam o blues no Brasil atualmente?
Blues Etílicos-Difícil pergunta. Existe uma cena de Blues no Brasil, em grande parte nos sentimos responsáveis por ela, e isso nos deixa muito feliz. Tem muito amadorismo na cena infelizmente, mas já exixtem artistas fazendo musicas de ótimo nível, e isso é o mais importante.
God n' Blues – Muitas pessoas que ainda não conhecem a essência do blues acham que blues é apenas uma música como outra qualquer, que é só pegar uma guitarra e tocar e rimar algumas frases; enfim sabemos que não é só isso então eu pergunto: - O que é o Blues para a banda blues etílico? Como vocês definiriam esse estilo musical?
Blues Etílicos-Blues é a música mais fácil de tocar que existe, mas ao mesmo tempo é a música mais fácil de tocar mal que existe...hehehe....eu comparo Blues com corrida a pé...todo mundo pode dar uma corridinha, mas correr bem exije anos de pratica e perseverança.
God n' Blues – Vamos falar um pouco sobre o DVD como surgiu a idéia [vamos gravar um DVD em comemoração aos 25 anos]?
Blues Etílicos-Na verdade não....tem muito tempo que queríamos fazer um dvd pra mostrar pras pessoas que nunca viram o BE, como é o nosso show...hj em dia tem you tube, entao vc acaba perdendo o controle sobre o que é mostrado. Mas ao mesmo tempo, com um dvd, que obviamente vai parar no You Tube, vamos ter um show super bem gravado e filmado sendo mostrado via web.
Foi um show só, e demos a sorte de estar numa ótima noite, o show esta bastante excitante e contagiante, mostra bem o BE numa noite quente.
God n' Blues – Porque o Bolshoi Pub tem algum motivo especial?
Blues Etílicos-Bem, adoramos tocar lá, nos sentimos bem na casa e com o publico goiano. Alem disso o convite pra gravar veio do dono do Bolshoi, o Rodrigo Carrilho, que adora o nosso som e sabe que com a gente é garantia de casa cheia e publico feliz...hehehe
God n' Blues – Os equipamentos e aparelhagem de som usada no DVD foram às mesmas que vocês costumam usar em shows?
Blues Etílicos-Em geral sim, eu que dei sorte de ter um amp Vox oferecido pelo Rodrigo. Esse amp é o sonho de vários guitarristas desde a época dos Beatles, que alias gravaram a maioria dos seus sucessos em amps dessa marca.
God n' Blues – Vocês já estão com uma turnê marcada para divulgar o DVD? Já tem data e local ou ainda não?
Blues Etílicos-Vamos esperar o DVD sair pra agendarmos shows específicos para essa tourne de lançamento
God n' Blues – Para encerrar nossa entrevista gostaria que vocês deixassem uma mensagem para aqueles que estão começando a trilhar a jornada do Blues no Brasil.
Blues Etílicos-Vejamos.....Hoje em dia você tem todas as ferramentas de pesquisa à disposição...quando começamos aprendíamos na raça, hoje em dia com o You Tube você escuta e vê os maiores nomes do blues, conhecidos e desconhecidos, então só não aprende quem não quer. Junte a isso uma dose de paciência, pois esse tipo de música necessita de alguns anos de pratica pra ser devidamente digerida e com certeza você terá bons resultados.
Lembre-se que blues é Black music, então arrume uma cozinha que saiba suingar dentro das características do blues, isso é fundamental.
Tente cantar no melhor inglês possível, e se for cantar em português use a criatividade em vez de repetir os clichês tipo, minha mulher me deixou e vou beber whisky baby...
Se não for um super mega virtuose, não faça solos de mais de 3 chorus, pois em geral isso fica bastante chato.
Cineasta Charles Burnett mostra as tensões entre o blues e o gospel
TV Cultura exibe segundo filme da série Blues – Uma viagem musical neste sábado
Neste sábado (5/6) a TV Cultura dá continuidade à exibição da série Blues – Uma viagem musical, com o longa-metragem Se aquecendo no fogo do diabo, do diretor americano Charles Burnett.
Ambientado na década de 50, o filme apresenta a história de um menino e o encontro com sua família no Mississippi, revelando as tensões entre gerações do gospel e blues. Os músicos Muddy Waters e Sonny Boy Williamson, entre outros nomes, fazem parte da lista de performances exibidas no trabalho.
Com produção de Martin Scorsese, a série Blues – Uma viagem musical é composta por sete longas-metragens impressionistas que mostram, a partir da perspectiva de Charles Burnett, Clint Eastwood, Mike Figgis, Marc Levin, Richard Pearce, Wim Wenders e do próprio Scorsese, a essência do Blues e sua influência, desde as raízes africanas até os dias de hoje.
Programação 05/6 - Se aquecendo no fogo do diabo (Charles Burnett) 12/6 - A estrada para Memphis (Richard Pearce) 19/6 - Vermelho, Branco e Blues (Mike Figgis) 26/6 - De volta para casa (Martin Scorsese) 03/7 - Padrinhos e afilhados (Marc Levin) 10/7 - Piano Blues (Clint Eastwood)
Mais uma cartada de mestre da rede deTv Culturaa unica rede aberta do Brasil que realmente da o valor que o blues merece quem não se lembra do Sesc Blues, Blues no País do Samba entre outros festivais que a TV Cultura exibiu sempre com exclusividade dando a oportunidade para as pessoas conhecerem este que é um dos mais importantes ritmos da musica mundial, assim como o samba e a bossa nova revolucionaram a musica brasileira e mundial o blues também fez sua parte foi através dele que o rock nasceu e hoje influencia milhares de pessoas pelo mundo, no Brasil a TV Cultura teve participação efetiva na evolução da musica blues promovendo e apoiando festivais de norte a sul e fazendo programações voltadas para a musica blues como o que será exibido neste sábado com muita maestria e bom gosto o programa “Blues: Uma Viagem Musical" Com produção de Martin Scorsese, será exibido as 23:30hs...
“THE BLUES A MUSICAL JOURNEY”(titulo original)Que foi criada em sete de Setembro de 2003 por
Martin Scorsese que se juntou a vários músicos na Radio City Hall de Nova York para um concerto memorável em celebração ao Blues.
O filme do concerto capita a emoção desta noite mágica e presta um verdadeiro tributo ao bluesreunindo incríveis documentários numa coleção que foi indicada ao prêmio de Melhor Documentário Musical no
Grammy Awards de 2005. Além de Scorsese, os episódios, divididos em sete longas-metragens, foram dirigidos por nomes como Clint Eastwood, Wim Wenders e Mike Figgs e apresentam interpretações raras de lendas, dentre elas Muddy Waters, Eric Clapton, BB King, Bonnie Raitt, Lou Reed, Tom Jones, Los Lobos, Lucinda Williams. As edições apresentadas são:
Alma de um homem (Soul of a man) o realizador Wim Wenders analisa a tensão dramática do blues, entre o sagrado e o profano ao explorar a vida e a musica de três dos seus artistas favoritos, Skipe James, Blind Willie Johnson e J.B. Lenoir Wenders explica: “Estas musicas tem um grande significado para mim. Eu sinto que há mais verdades em qualquer uma delas do que em qualquer livro que já tenha lido sobre a história americana ou em qualquer filme que tenha visto. Tentei descrever mais como poema do que como documentário aquilo que mais me marcou em suas musicas e vozes.”
A estrada para Memphis (the Road to Memphis) o realizador Richard Pearce traça a odisséia musical da grande lenda do blues BB King num filme que é um tributo a cidade onde nasceu um novo estilo de blues.
Vermelho, Branco e Blues (Red, White & Blues) o filme de Mike Figgis é um misto de entrevistas feitas com artistas chave do movimento britânico do blues e com uma nova musica de Jam session improvisada por um elenco de estrelas nos famosos estúdios da Abbey Road: Tom Jones, Jeff Beck entre outras referencias clássicas do blues britânico; acompanhados por uma magnífica banda o resultado é eletrificante.
De volta para casa (Feel Like Going Home) em busca da origem do blues o realizador Martin Scorsese viaja com o musico Corey Harris, desde as plantações de algodão do Mississipi até as margens do rio Níger no Mali, África.
Padrinhos e afilhados (Godfathers and Sons) o realizador Marc Levin nos leva a uma viagem pela evolução do blues e a fusão de novos estilos como o Hip-hop conduzindo o filme está Chuck D famoso Hip-hop e Marshall Chess filho de Leonard Chess fundador da Chess Records eles nos levam até Chicago e criam uma produção musical reunindo veteranos do blues e atuais músicos de Hip-hop.
Piano Blues (Piano Blues) o realizador e pianista Clint Eastwood explora sua paixão pelo piano blues usando um tesouro de atuações históricas e raras assim como entrevistas e atuações de lendas que na gravação deste filme estavam vivas como: o eterno Ray Charles, Fats Dominos, Dr. John, Pinetop Perkins entre outros....
Mississippi John Hurt Esse que foi um grande percussor do country blues e folk recebe merecidamente nossa homenagem "John Smith Hurt" nasceu 2 de julho de 1892, emTeoc, Mississippi,John foi o oitavo dos dez filhos nascidos de Paul Hurt e Jane Smith Mae.
De acordo com a biografia de sua vida pessoal John Hurt aprendeu a amar e apreciar a música e tocar guitarra com William H Carson, seu professor na St. James School, localizada em Avalon, Mississippi.John Hurt declarou: "Eu não tinha muito interesse em tocar guitarra até que William H. Carson dormiu na minha casa, então eu peguei a sua guitarra no quarto e tentei tocar".
Ele aprendeu a tocar violão aos nove anos de idade. Depois disso, sua mãe comprou um violão de segunda mão, ao preço de $ 1,50! não podia dizer que não havia nenhum som bonito essa guitarra. Em 1923 ele costumava se apresentar com o músico Willie Narmour (Carroll County Blues) como substituto de seu parceiro regular Shell Smith. Quando Narmour teve a chance de gravar pela OKeh Records, ele recomendou John Hurt ao produtor da OKeh Records, Tommy Rockwell. John Hurt participou de duas sessões de gravações, em Memphis e em Nova Iorque (Veja a discografia abaixo). O nome "Mississippi" foi acrescentado pela OKeh como um truque de vendas. Depois do fracasso comercial de seu disco e da gravadora OKeh atravessar dificuldades financeiras devido à Grande Depressão, Hurt retornou a Avalon, trabalhando como lavrador em terras arrendadas e tocando em bailes e festas locais. Em 1963, contudo, um musicólogofolclórico chamado Tom Hoskins, interessado em suas gravações, foi capaz de localizar[2] John Hurt perto de Avalon, Mississippi. Na verdade, em uma antiga gravação, Hurt cantou "Avalon, minha cidade natal". Hoskins encorajou então Hurt a mudar-se para Washington, DC e reiniciar a sua carreira. Foi muito bem recebido pelo público no Newport Folk Festival, em 1963 e antes de sua morte em 1966 ele fez muita apresentações em faculdades, salas de concertos, bares e no programa de variedades Tonight Show com Johnny Carson, bem como gravou três álbuns pela Vanguard Records. A influência de John Hurt afetou diversos gêneros musicais, inclusive o blues, country, bluegrass, popular e o contemporâneo rock and roll. era um trabalho muito pesado em uma fazenda de Avalon Novo Mississippi.
Em 1916, John Hurt conheceu e casou com Gertrude Hoskins.Três anos depois, eles tiveram um filho TC Hurt nasceu 01 de abril de 1919.Então, em 1921, eles tiveram uma filha Ida Mae Hurt nasceu 26 de junho de 1921.Pouco depois do nascimento de TC Hurt e Ida Mae, John e Gertrude se separaram por razões desconhecidas.
John e Gertrude nunca se divorciaram, porém, seguiram caminhos separados como casal.No entanto, eles continuaram a criar seus filhos como um todo.Gertrude logo conheceu Will Connelly que dividiu o pais das duas crianças.Eles nunca tiveram filhos juntos.Jesse Lee e John Cole a parentalidade partilhada dos dois filhos e teve um filho próprio, John William.
Os filhos de John e Gertrudes precedeu na morte de seus pais.Ida Mae foi morta na idade de 19 anos por seu ex-marido, Doc Johnson, que deixou dois filhos pequenos que Gertrude cuidava como sendo dela própria.TC Hurt morreu de câncer em 1965 na idade de 46 anos, deixando 14 filhos.
John Hurt tinha dezoito netos.TC e sua esposa Annie Dora Rocha teve quatorze filhos.
Ida Mae e Doc Johnson tiveram 2 filhos,John William e sua esposa Bonnie Lott tiveram dois filhos que John e Jesse criou como seus próprios.